
Vou apresentar-vos a história da Padeira de Aljubarrota. Depois, podem não
acreditar, mas garanto-vos que é verdade!...
Chamava-se Brites de Almeida e nasceu em Santa Maria de Faaron (actual Faro)
em meados do século XIV. Na realidade, a pobre rapariga mais parecia um
homem de tão feia que era. Ela era fã da luta física por isso, sempre que
havia discussões, estas acabavam sempre da mesma maneira (está-se mesmo a
ver!).
Após a morte dos seus pais aos seus 26 anos, dedicou-se à arte da espada,
depois à venda de gado e, na falta de dinheiro, comprou uma vinha e
contratou jornaleiros para lá trabalharem. Pode parecer impossível,
inconcebível e inacreditável, mas um desses jornaleiros apaixonou-se por
ela!!!
Então, fizeram um acordo: travariam um duelo de espadas, e, se o homem lhe
ganhasse, ela casava com ele.
Resumindo, o resultado foi previsível: ela ganhou-lhe e matou-o logo ali!!!
Resultante desse homicídio, a «Incrível Hulk» da época teve de fugir de 20
homens armados, roubou um barco, tentando fugir para Espanha, andando à
deriva durante algum tempo. Até que foi descoberta por um grupo de piratas
vindo do Norte de África, que por sua vez decidiram vendê-la um homem rico,
em Argel. Mas como ela era tão feia ficou a trabalhar na cozinha durante 2
anos. Mas depois fartou-se e, juntamente com 2 escravos portugueses, escapou
de barco, matando com uma faca de cozinha, ao todo, 16 homens.
Chegou à Ericeira (não se sabe o que aconteceu aos outros dois homens) e
disfarçou-se de homem, tornando-se almocreve, para assim fugir à justiça. Em
Torres Vedras, armou uma rixa com um grupo de homens e depois fugiu para o
Tojal. Lá, terra de ladrões, encontrou um rico negociante amarrado a uma
árvore. Soltou-o, tendo uma bela recompensa. A caminho de Lisboa com o
homem, parou numa tasca onde este encontrou os ladrões. Penso que não é
necessário dizer o que aconteceu a seguir.
Durante dois meses, ela viveu na casa do negociante mas voltou a envolver-se
em confrontos, sendo apanhada pela justiça. Mas o homem tinha influência e
tirou-a da prisão.
Cansada de tantas aventuras, voltou a vestir-se de mulher e partiu para
Aljubarrota.
Foi ter com uma velha senhora que tinha uma padaria e foi contratada como
ajudante. Quando a dona morreu, ela ficou com a padaria.
Até que no dia 14 de Agosto de 1385, um grupo de castelhanos que fugiram da
batalha esconderam-se no forno da padeira. Mas a padeira
descobriu-os. Coitados!
É esta a história de Brites de Almeida, a padeira de Aljubarrota, mulher com
uma vida cheia de aventuras e que deu cabo de 7 soldados espanhóis, que,
juntando aos outros, dá um número bastante recheado!!!