
O Cosmos-1 vai viajar na Órbita da Terra durante um mês tendo apenas como locomoção o impulso do vento solar.
A Rússia vai lançar hoje a partir de um submarino nuclear o "veleiro espacial" Cosmos-1, aparelho espacial movido por vento solar, considerado um protótipo das naves interplanetárias do futuro.
O objectivo da missão, com a duração de um mês, é provar que os raios solares podem constituir uma fonte ilimitada de propulsão para as viagens cósmicas.
Instalado na cabeça de um foguetão Volna (Onda), o Cosmos-1 será lançado do mar de Barents a partir do submarino nuclear "Borisoglebsk" às 19h46 TMG (20h46 em Lisboa), segundo um porta-voz da Esquadra do Norte russa, responsável pelo lançamento, citado pela Lusa.
Desenhado pelo centro Científico Espacial Lavochkin de Moscovo e outras entidades russas, o Cosmos-1 é um projecto de quatro milhões de dólares (3,2 milhões de euros) financiado por várias organizações não governamentais e pela Sociedade Planetária de Pasadena (Califórnia).
Prevê-se que o Volna coloque o Cosmos-1 numa órbita terrestre elíptica com 800 quilómetros de altitude máxima, referiu a agência noticiosa oficial russa Itar-Tass.
Depois de alcançar a órbita prevista, o Cosmos-1, com uma massa equivalente a 100 quilogramas, deverá separar-se do Volna, abrindo as suas oito "velas" triangulares para voar em torno da Terra durante um mês, sob o impulso do vento solar.
"É uma tecnologia muito promissora e o que nós queremos é mostrar que pode resultar", afirmou Emily Lakdawalla, ligada ao projecto.
Como funciona
O princípio é relativamente simples. Os fluxos de fotões, as partículas elementares que constituem a luz, incidem na superfície das velas, repelindo-as e fazendo-as avançar.
Mesmo sendo muito fraco, este impulso é constante e cumulativo no vazio do espaço, onde nenhuma fricção se opõe ao movimento.
É assim que, apesar de partir a velocidades muito lentas, em 100 dias um "veleiro espacial" poderia atingir 10.000 quilómetros por hora e 36.000 quilómetros por hora num ano.
Passados três anos, a velocidade ultrapassaria os 100.000 quilómetros por hora, o que permitiria ao aparelho ir até Plutão, o planeta mais afastado do sistema solar, em menos de cinco anos, explicam os cientistas.
Uma missão até Plutão movida por um motor químico (movido por exemplo a hidrogénio líquido), aproveitando a gravidade de Júpiter para acelerar, levaria nove anos a chegar ao seu destino.
A NASA trabalha já num conceito de sistema que permitiria transportar no espaço uma carga útil de 240 quilogramas movida por um "veleiro solar" com a superfície de um estádio de futebol.
Paulo M. Guerrinha

Caros amigos: as matrículas estão aí e aconselhava-os a passarem pela escola para saberem ao certo quando começam. Entretanto estarei na sala 1, para as devidas despedidas antes de férias. Um abraço.